terça-feira, 6 de outubro de 2015

Bolívia e seus encantos.. Parte II: Uyuni

Chegou o dia que eu mais esperava: a ida para o deserto do sal, o Salar de Uyui.
Desde o começo da viagem, esse era o momento que eu tinha mais expectativa, e quando conheci, superou a expectativa!

Quando ainda estava no Brasil eu pesquise muito de como fazer esse trajeto: Copacabana > Uyuni, e a maioria dizia: vá de ônibus, porque de avião é PIOR ainda.. O avião chacoalha como se tivesse em uma rua de paralelepípedo. Então, melhor chacoalhar no chão do que no ar, não é mesmo? Fomos de ônibus!
Mas quem tiver coragem, o voo dura somente 45 minutos, pode comprar a passagem pela Amaszonas. Já de ônibus demora umas 10 horas. Para não perder tempo, aconselho viajar de madrugada. Daí não perde um dia de viagem e economiza com Hostel.
Você pode fazer tanto de La Paz para Uyuni, quanto do Atacama no Chile, para o Uyuni. Nós saimos de La Paz.

Bom, pegamos um ônibus em Copacabana de tarde e paramos em La Paz a noitinha. Até aí, tudo bem. Descemos do ônibus no meio da rua e fomos sozinhas para a rodoviária de La Paz. Antes da gente ir, o motorista foi muito simpático pedindo pra gente tomar muito cuidado, ir direto para a rodoviária e cuidar nossas coisas. Confesso que fiquei com um medinho. Parecia que eu estava no meio de uma favela, e todo mundo nos olhando. Na verdade, desde que chegamos em La Paz todos os brasileiros do ônibus falavam: "Nossa, parece uma Rocinha (maior favela do Rio de Janeiro) gigante". Mas deu tudo certo.

Chegamos na rodoviária, e tivemos que esperar poucas horas para entrar no ônibus que ia para Uyuni. Como falei no post anterior, compramos tudo em Copacabana mesmo. Aconteceu de uma mulher querer comprar passagem pro Uyuni na hora e não ter mais disponibilidade, coitada, não sei o que ela fez.

O ônibus partiu umas 20h mais ou menos. Quando entramos no nosso ônibus deu vontade de sair correndo. Primeiro que nós íamos ficar 10h naquele ônibus e o meu banco não deitava (mas quando eu olhei pros lados, a maioria não deitava), o da minha amiga sim, sortuda! Segundo, que todos os bancos tinha uma cobertinha por causa do frio que iriamos passar na noite, e essa cobertinha não tinha um cheiro muito agradável (tudo bem que eu sou chata pra cheiro). Terceiro que o ônibus tinha um banheiro com porta transparente (sim, transparente, com uma janelinha até a metade da porta) e não funcionava (pelo menos foi o que nos disseram).
O motorista parava na estrada para o povo sair pra fazer xixi. Mas não era só nosso ônibus não, ele parava onde tinha vários ônibus fazendo a mesma coisa com seus passageiros. O frio era demais, não tive coragem de baixar minha calça. Quem me conhece sabe que não tenho frescura em fazer xixi na rua, mas não dava mesmo. Era noite, tava muito frio, um breu, não tinha lugar pra se esconder (ou seja, todo mundo via você fazendo xixi), e nós éramos duas gurias sozinhas.
Quando não deu mais pra segurar, e o ônibus estava no meio da estrada, eu acordei minha amiga, fiz ela vigiar a porta do banheiro transparente e fui. O banheiro funcionava sim, não sei porque não deixavam os outros passageiros usarem, mas eu arrisquei uma vez só. E não tomei mais água para não dar mais vontade.

Eu li vários relatos que a estrada era horrível, que ninguém nem conseguia dormir de tanto que balançava. Sinceramente? Não é a melhor estrada do mundo, mas não achei tão ruim assim. Tinha algumas partes que era chão batido, então chacoalhava sim, mas a maioria das vezes deu até pra dormir (isso que meu banco não deitava, mas era madrugada e o sono estava demais).

Chegamos lá pelas 7h no Uyuni, um dia lindo e frio. Na hora de pegar nossa mochila, uma moça já veio nos abordar para o tour pelo salar. Tem váárias pessoas oferecendo tours lá na hora. E tem sim disponibilidade, fomos em alta temporada, e tem tantas agências que fica impossível você não achar uma com disponibilidade.
Ela nos cobrou 700 bolivianos para o tour de 3 dias e 2 noites, mais 150bs e 30bs de extras para entrar em alguns parques que teríamos que pagar na hora.

Nós chegamos a ver preços desse passeio quando ainda estávamos no Brasil, nos cobraram 150 dólares (na época dava uns 400 reais). Esse que a moça estava nos oferecendo era muito mais barato, até achamos estranho. Mas conversamos com algumas pessoas durante nossa estadia em Copacabana e falaram que o preço normal é esse mesmo: 700 a 800 bolivianos, que mais que isso era roubo.

Resolvemos arriscar e fomos até a agência. A agência super legal, com wifi, e na parede tinha vários recados de todas as línguas de clientes que fizeram esse tour com eles. Nome da agência é Gaviota, e o nosso guia foi o Pedro. Pedro não tinha um bom humor de manhã, mas depois ele melhorava. hahaha

Cuidado com os guias, eles costumam beber bastante. Nós não tivemos problemas, mas muita gente tem problema com guia bêbado, acreditem. Inclusive conheci uma brasileira lá que o guia simplesmente sumiu. Eles acordaram para o tour do segundo dia, o guia não aparecia, e ela comentou que viu ele bebendo. No fim, deu tudo certo, ele chegou um tempo depois, de ressaca, mas não fez nada de imprudente. Todo cuidado é pouco. Infelizmente não temos como saber antes se o guia é chegado numa birita ou não. Nós demos sorte que o Pedro não ficou bêbado, ou não bebeu, não sei, eu realmente não vi.

O passeio começava só às 10h30, então deixamos nossas mochilas na agência, fomos tomar café e comprar água para o tour. Compramos 2 litros pra cada uma e uns snacks. A minha água deu ali ali, mas o da minha amiga sobrou quase inteira. É melhor comprar, porque o tour é no deserto, não vai ter lugar para comprar essas coisas.
O tour de 3 dias e 2 noites tem hospedagem, refeições (café da manhã, almoço, café da tarde e janta) e, claro,  guia.

Nosso tour atrasou um pouco pra sair. Fomos de 4x4 com mais um casal de australianos, e no meio do caminho, duas francesas se juntaram a nós. Os tours geralmente são assim: numa 4x4, mochilões em cima do carro, 6 passageiros + o guia local (o nosso só falava espanhol).

O carro:

Primeira parada: Cemitério dos trens




Tivemos só 15 minutos para brincar nos trens, mas é suficiente. Fora a fila para tirar foto nesse balanço aí da foto acima.

Segunda parada: Almoço em um Museu de Sal.  Arroz, saladas, carne vermelha e coca cola/água (sempre em temperatura ambiente, mas sinceramente? Nem é ruim, juro). Cada guia leva o almoço já pronto do seu grupo, e faz tipo um picnic para os passageiros. Infelizmente não tem opções, então se você é chato para comer, leva seu próprio lanche (mas compra no uyuni, porque lá no tour não tem onde comprar NADA). O museu tem várias mesas, tudo feito de sal, para você almoçar com tranquilidade.
Ps. O banheiro desse museu é nojento, e tem que pagar (não lembro quanto)!

O Museu de Sal láá atrás.



Depois do almoço fomos para o meio do deserto do sal. Mas antes paramos na Ilha de Cactus. Nessa parada você tem que pagar 30 bolivianos para subir. Nem eu, nem o grupo que estava conosco quis subir, então não sei como é lá em cima.



Como somos obrigados a ficar lá por um tempo (o guia tem horários para cumprir), fomos tirando algumas fotos divertidas no deserto, mas ainda não estávamos bem no meio do deserto do sal. Nessa parte que as francesas começaram a fazer o tour conosco.

A foto ficou um pouco desfocada, mas ficou engraçada.

Depois de ficar por uma meia hora lá, fomos até o meio do Salar, Nessa hora já estava começando a ficar frio, e aí que começou a brincadeira de verdade! O Pedro arrasava nas fotos e nas brincadeiras. Sempre com muito bom humor (só de manhã que ele era carrancudo mesmo).
Algumas das fotos:







Nessa hora tava muito frio porque ventava muito. Era punk até sorrir, os dentes doíam. NÃO esqueça de jeito nenhum de passar protetor solar, usar protetor labial e creme nas mãos. O sal queima muito e resseca muito também. A australiana ficou toda vermelha!! Mas fora isso, foi super tranquilo. E lindo, lindo, lindo!!!

Nós fomos na época de seca, então o chão não ficou espelhado como na época de chuva. Na época de chuva é muito mais bonito, mas o guia nos falou que dependendo da época, se tiver muito espelhado, os carros não estão autorizados a ir bem pro meio do deserto por motivos de segurança. Então você pode correr o risco de pagar pelo tour e não poder ir lá pro meio. Seria triste isso, porque vale muito a pena!!!

Depois de muitas fotos e tremer de frio acabou nosso primeiro dia e fomos para o hotel. O primeiro hotel que ficamos hospedada era o Hotel de Sal. Sim, um hotel tooodo feito de sal. Nessas horas, mais creme, mais protetor e sorine porque a narina resseca muito.

Chegamos lá pelas 17h e fomos tomar café da tarde. Na hora do café, o guia vai falar com seus grupos para explicar o itinerário do dia seguinte. Pedro nos explicou a hora da janta, a hora que tinhamos que acordar no dia seguinte e o que iriamos fazer. Tudo em espanhol, mas dava pra entender muito bem o que ele falava. Ele até arriscava umas palavras em português, e em inglês. Só para alguns detalhes que os australianos perguntava pra mim e pra minha amiga o que ele tinha falado, mas eles também entendiam bastante.

Nesse hotel tem banho quente por 10 bolivianos, mas somente um chuveiro para o hotel todo (se prepara para entrar na fila, e o banho não é lá grandes coisas). O hotel era uma casa gigante com vários quartos, todos compartilhados (duplo ou mais). 
Na hora de contratar o tour, nos falaram que no hotel de sal iria ser quarto duplo pra gente, já no segundo dia seria um quarto compartilhado com os outros integrantes do carro. Não sei o que aconteceu, se chegamos tarde, ou o que, mas ficamos em um quarto compartilhado no primeiro hotel também. Sem problemas. Tinha somente 1 homem no nosso quarto, e ele era super querido.

Jantamos uma sopa muito gostosa, depois tinha galinha, papas fritas (batatas-feiras) e banana frita. Uma delícia.
No hotel tem somente um lugar para carregar o celular e câmera, e estava tudo lotado. Conversamos com nosso guia, que conseguiu ligar nosso celular direto no gerador do hotel, mas pediu pra gente ficar olhando porque era perigoso. Me-do.
Eu até tinha um carregador portátil, mas como eu sabia que o segundo hotel não ia ter energia, queria poupar pra aquela noite.

Uma parte do hotel. Essa é a "sala de jantar". 

Na hora de dormir, todos tinham saco de dormir, menos eu e minha amiga. Mas não foi um problemão, coloquei meu casaco e meu cachecol. Tava frio, mas não foi insuportável. Dormi bem dentro do possível.

Acordamos por volta das 7h no dia seguinte e tomamos café da manhã. Arrumamos as mochilas no carro, e fomos para o segundo dia de tour.
Nesse dia paramos em vários lugares, muito maneiro.



Vulcão lá atrás!

Depois de muito andar de carro, e tirar várias fotos, foi a hora do almoço perto dos flamingos. Enquanto a gente passeava e se encantava, o Pedro foi arrumando nossa "mesa" para o almoço. Ele armou o porta malas do carro, deixou as panelas ali, com os pratos, e cada um se servia. Sentamos em pedras e comemos ali mesmo. Todo mundo faz assim!

Almoçamos com essa vista linda. E de novo, a comida foi muito boa, e muito bem servida!! Legumes, saladas, carne de porco e macarrão.



A vista do nosso almoço ao ar livre!


Esse também foi o dia que vimos as lagunas. Nesse tour das lagunas você tem que pagar 150bs, Vale muito a pena. Vimos as lagunas verde, branca e a vermelha. Pedro nos explicou que a cor da laguna só fica em evidência quanto tem bastante vento por causa das algas. Demos sorte somente na laguna colorada, ventava muito aquela hora.

A laguna verde que não estava tão verde! 
A verde fica bem do lado da branca, que estava do mesmo tom, mas quando fica beem branca, ela fica espelhada. Muito linda. Mas isso depende do vento. =(


A laguna vermelha. 
A toca é das cores do grêmio, só pra implicar! hehe


Depois das lagunas fomos para o altiplano da Bolivia. Lá vimos uma pedra em formato de árvore, esculpida pelo vento e areia. Dá pra acreditar??

Tem fila para tirar foto na pedra.
A pedra de outro ângulo
Pedras e mais pedras


Depois de ver inúmeras pedras e paisagens estonteantes fomos para o hotel descansar.
Chegando no hotel, os recados: não tem banho (nem gelado e nem quente, não tem chuveiro), luz somente das 18h às 21h, e no dia seguinte iriamos acordar às 4h. Só notícia ruim. hahaha

O café da tarde dessa vez foi ruim, só era bolacha água e sal, chá e chocolate quente. Mas eu tinha alguns petiscos na mochila, minha amiga também e os australianos também, então todos colocaram na mesa seus petiscos e comemos os nossos salgadinhos e bolachinha recheada. Cada mesa com seu grupo. Cada grupo com 6 pessoas.

Para compensar a falta do banho quente, e o frio congelante, tivemos vinho na hora do jantar. Jantamos uma sopa, e depois um macarrão ao molho vermelho. Dessa vez não foi muito bem servido. Mas não ficamos morrendo de fome, não.

Ficamos em um quarto compartilhado novamente, mas dessa vez com tomada. Então aproveitamos o horário com luz, carregamos nossos celulares, trocamos de roupa, nos limpamos como dava (sorte que a gente não suou no dia), e arrumamos a mala pro dia seguinte (já que iriamos acordar às 4h com luz somente onde tomamos café da manhã.)
No lado do hotel tinha um mini mercado para comprar o que quiser, mas com o preço bem salgado.

Nessa noite, foi a noite que mais sofri de frio na minha vida. Juro. Eu acordava no meio da noite tremendo. Eu estava com blusa de lã, cachecol, meia calça, meia de lã, luvas, gorro e meu casacão mais grosso. Mesmo assim, eu sofri de frio. Não tinha o que fazer.
O australiano até me ofereceu o saco de dormir dele, mas fiquei com pena dele e não aceitei. Afinal, eu que errei em não levar saco de dormir, mas é que não cabia na mochila!!

No dia seguinte, madrugamos numa friaca. A australiana passou mal, tadinha, com muita dor no estômago. Ela estava viajando há um tempo, e já estava meio mal, só piorou aquela noite.

Saimos antes do sol nascer. Nesse dia pegamos -15 graus nos Geiser, e nem aproveitamos. Era tanto frio que doía a mão na hora de tirar a luva para tirar foto. E como só eu e uma francesa tivemos coragem de sair do carro, tiramos foto rapidinho pra voltar logo.


 Era tanta fumaça e um cheiro horrível de enxofre, que nem deu pra tirar foto direito. 
Além do mais, eu tremia sem parar. hehehe

Lá foi muito rápido, eu não gostei, na verdade. Depois de lá, fomos para a águas termales. Lá já começou a amanhecer, e se você quisesse podia colocar biquini e mergulhar nas águas de quase 30 graus. Ninguém do nosso carro teve coragem. Pra entrar eu acho que não seria o problema, mas pra sair,... Nessa hora já não estava -15 graus, mas ainda sim era negativo.

Muito gente arriscou e tomou banho na "água que cura tudo"!

 Amanhecendo...

Só em ficar ali perto já esquentava um pouco. 

Teve gente que entrou de calcinha e cueca, outros de biquini, e muitos ficavam só ali em volta.

As pessoas em volta, se esquentando com o vapor que saia da água.

Tinha um vira lata filhotinho que estava lá, todo serelepe, fazendo festa pra todo mundo.


Depois das águas termales fomos na divisa entre Bolívia, Peru e Chile. Esse lugar parece uma pintura de tão lindo...



Depois disso, fomos na fronteira da Bolivia com Chile para pegar o ônibus. O ticket para esse ônibus compramos na agência Gaviota quando fechamos o tour de 3 dias por 50 bolivianos. Demora mais ou menos 1 hora mais ou menos até chegar na cidade de São Pedro de Atacama.

Na hora de sair da Bolivia, tivemos que mostrar nossos passaportes OU identidade, e também o papelzinho que te dão quando você entra no país. Ao fazermos tudo isso, o cara nos cobrou 15 bolivianos, que pagamento pensando que era normal.
Avisei nossos colegas que estavam atrás da gente, e eles foram falar com nosso guia. Conclusão: não somos obrigados a pagar esses 15 bolivianos. 
Tanto que depois que os australianos falaram com o nosso guia, voltaram lá, e ao serem cobrados falaram que não iam pagar. Sendo assim, carimbaram o passaporte deles e eles foram embora.. =(
Tentei reclamar que queria meu dinheiro de volta, mas o cara foi muito grosso, e fiquei até com medo de dar algum problema. Fiquei com muita raiva. Muita gente caindo no "golpe dos 15bs".

Depois falam que só brasileiros que gostam de passar a perna nos outros!

Next stop: São Pedro de Atacama.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Bolívia e seus encantos.. parte I

Acredite ou não, mas Bolívia, pra mim, foi o ponto alto da viagem (apesar do perrengue)!

Saimos de Cusco 22h30, e chegamos em Copacabana de manhã cedo. Passamos a madrugada toda no ônibus, mas foi super confortável. E como estava relativamente vazio, cada uma ficou com duas poltronas para se esticar.
A empresa que usamos para ir foi a Titicaca. Super indico. O ônibus limpo, bonito, de dois andares, com banheiro, só que sem aquecedor. Então usamos todas as roupas que podiamos para passar a noite. Estava congelante...

Assim que chegamos em Copacabana, colocamos nossos mochilões e fomos procurar uma agência que vendia ticket do barco para a Ilha do Sol. Compramos o ticket por 20 bolivianos (sim, a moeda deles se chama "bolivianos", você se acostuma kkk).

Aproveitamos que a senhora da agência foi simpática, e já pesquisamos o valor do ônibus para Uyuni. Acabamos comprando com ela também o ticket do ônibus de Copacabana para La Paz, e de La Paz para Uyuni. Tudo saiu por 175 bolivianos.
Apesar de não ter dado nada errado, não gostamos do ônibus. Principalmente o de La Paz para Uyuni. Foi 10h de viagem, a minha poltrona não deitava (a minha e de algumas pessoas), o cobertor disponível era fedido, e o banheiro não podia usar. Eles paravam de tempo em tempo para os passageiros irem ao "banheiro natural". Estava muito frio, eu não tive coragem de tirar a calça, estava muito escuro, e éramos 2 mulheres sozinhas, então não arriscamos.
Por via das dúvidas, usem a Titicaca novamente para fazer essa viagem. A gente se arrependeu...

Bom, voltando a Copacabana: a viagem de barco de Copacabana para a Ilha do Sol é de mais ou menos 1h. E tem somente dois horários: 08h30 e 13h30. Pegamos o das 13h30.
A ideia inicial era ficar 3 dias na Ilha do Sol, mas foi impossível.

A vista em direção a Ilha do Sol. 
Tem pessoas que ficam sentadas em cima do barco (super seguro), só que no meio do caminho se arrependem, mas daí não podem descer!

Chegando na Ilha do Sol nós deparamos com uma escadaria gigante. Eu já sabia que ia ter essas escadas, mas não esperava que fosse como foi. Super cansativo por causa da altitude + mochilão. Por mais atlético que você seja, é muito cansativo pela altitude (e o peso do mochilão). Você sobe 5 minutos sem parar e tá sem ar como se tivesse corrido uma maratona.

Parece inofensiva, mas não é!

Nosso primeiro erro: pensar que conseguiríamos ficar 3 dias na Ilha do Sol, longe de tudo, sem internet, sem banho quente (só morninho), e com comida e bebida o dobro do preço.
Segundo erro: não ter deixado o mochilão em Copacabana, e levado só uma mochilinha pequena para passar uma noite lá.

Então, minha dica é essa: Vale muito a pena conhecer a Ilha do Sol. Então reserve um hostel em Copacabana, deixe o mochilão lá, pega o primeiro barco (o das 8h30) com uma mochila pequena passar uma noite na Ilha do Sol, faz as trilhas e explore a Ilha, dorme lá e no dia seguinte volta pra Copacabana. 

Enfim, depois de muito tempo, chegamos lá no topo. Nosso hostel na Ilha do Sol era o Hi Inka Pacha, apesar de super recomendado em blogs de viagem, eu e minha amiga não gostamos. 
Primeiro: a senhora que teoricamente deveria ser a recepcionista não sabia de nada.
Segundo: nós reservamos 3 noites pelo HostelWorld, mas chegando lá, a senhora disse que era só uma noite que a gente tinha reservado. Enfim, conversamos com ela e tinha disponibilidade para mais 2 noites, mas depois eu e minha amiga conversamos e decidimos que não íamos aguentar 3 dias lá, e ficamos só com a reserva já feita mesmo.
Não sei se foi erro do HostelWorld ou da senhora, mas sempre usei o HostelWorld pras viagens na Europa e nunca me deu problema!
Terceiro: Sem aquecedor no hostel inteiro. E lá é incrivelmente frio.

Depois de se instalar em um quarto duplo por 77 bolivianos, a única parte boa:

A vista do nosso quarto!!! 
Tinha que ter alguma coisa boa ser quase o último hostel da Ilha do Sol.

Andando pela Ilha do Sol.
Cada lugar que você olha, é uma paisagem linda!

Depois de subir todos esses lances de escada, mais uma estrada que parecia infinita, estávamos louca por um banho, mas não tinha banho quente ainda, só ia ter depois das 18h. Conforme foi anoitecendo foi ficando mais e mais frio. Quando entrei no banho, era aquele banho morno + pro gelado, sabe? Eu tomei banho batendo queixo, mas impossível enforcar o banho depois de todo aquele "exercício".

Nenhum hostel na Ilha do Sol é barato, e nenhum é ótimo. Eu até entendo o preço, é muito cansativo ter que ir até Copacabana fazer compras, e depois subir tudo aquilo com peso (se bem que eles usam burros para carregar as coisas, mas mesmo assim, tem que ter alguém para subir com os burros). 

A ideia de ficar 3 dias na Ilha do Sol, era explorar o lado sul e norte da Ilha. Mas ao chegar lá, eu e minha amiga só queríamos ir embora. Dormimos uma noite lá, vimos a paisagem em volta do Hostel, jantamos no hostel, e deu. 
No dia seguinte tomamos café da manhã (muito bom, mas bem carinho), e fomos embora no primeiro horário. Pra descer foi muito mais fácil, é só seguir uma trilha. Nem pegamos a maldita escada que citei antes. 

Chegando em Copacabana, fomos procurar um hostel para ficar. Achamos um quarto duplo, com banheiro privativo por 40 bolivianos, chamado Hostel Sofia (não tem site, mas é muito fácil de achar.. é só seguir na rua principal em direção ao lago Titicaca, fica a esquerda). Os hostels de Copacabana não tem wifi 24h/dia. Esse hostel por exemplo, tinha wifi das 16h às 22h somente. Ah, e nenhum tem café da manhã incluso.

Comer na Bolivia é complicado, então andando pela rua principal de Copacabana, conhecemos uma brasileira que estava lá há uns dias trabalhando em um restaurante/hostel. O nome do restaurante é Sabor Latino, e ficava quase ao lado do nosso hostel. Experimentamos a pizza (melhor que já comi na viagem) e tomamos café da manhã lá também.

Em Copa não tem muito o que fazer. Comemos, mandamos lavar algumas roupa, e fomos em um bar que fica na beira do lago Titicaca. Esse bar (que não lembro o nome, é a esquerda no final da rua priuncipal) tem dois andares, e o segundo andar é um terraço para as pessoas verem o pôr do sol. Lindíssimo!!
Nós não comemos nada desse bar, só tomamos a cerveja Judas. Muito boa!




O pôr do sol. Sem palavras!!


Nos despedimos de Copacabana. Ficamos ao todo 3 dias lá (não precisa mais que isso, juro).

No dia seguinte iriamos enfrentar uma jornada de horas até chegar no Uyuni.
O ponto alto da viagem!!!

Falarei dele no próximo post!